Cheiro de café
Não há nada que mais me pareça com a crônica que o cheiro do café.
É uma metáfora olfativa, sinestésica; não deveria explicá-la. Fico tentado a encerrar o texto por aqui. Continuo.Afinal posso até escrever contos curtos, mas ainda não optei por treinar as crônicas curtas, embora elas pareçam correr no meu dia a dia. Quem sabe eu tente ainda escrevê-las.
O cheiro do café: matutino, fresco, suave, de leve amargor… Caminhando pelo condomínio pela manhã, fazendo academia, assistindo ao noticiário matutino ou tentando se fechar do mundo num escritório/gabinete é sempre esse gostinho que chega às narinas trazendo um novo dia, as novidades do dia. Mesmo os barulhos da cidade chegam com o café e, antes dele, o seu cheiro.
A crônica seria esse agradável sabor de fragrância noviça e breve. Relativamente pontual e tão ligada ao presente. Logo surgindo e logo esvaecendo, mas sempre retomada.
A crônica, a despeito de ser chamada gênero menor, tem seu mistério. Mesmo quem não gosta de café, gosta de seu cheiro, mesmo quem não aprecia literatura ou não tenha hábito de ler, curte uma crônica. Se bem usada, a crônica traz para literatura o leitor iniciante, como o cheiro do café chama para a mesa, convida para uma boa conversa e, mesmo não o bebericando, a mesa fica rodeada e o diálogo flui.
A crônica, atrativa… logo o leitor prova de toda literatura: haicais, sonetos, poemas mais longos, contos, romances…
26 de Janeiro de 2011.
Abilio Pacheco, professor, escritor
Na minha terra é assim: vamos tomar um cafezinho? Porque tudo se usa a exemplo da herança açoriana, assim: cafezinho, churrasquinho, beijinho,etc, mas quanto ao café é no diminutivo que os corações se encontram e degustam o seu sabor e antes o cheiro pela manhã, à tarde e, no final do dia, pode ser até numa roda de cartas.
Não importa. O que importa aqui é a crônica de Abilio que nos faz recordar do tempo em casa, a mesa cheia com os 10 filhos e o café gostoso com leite, ou não. Boa recordação.
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Prezado Abílio:
No livro “Rainha sem faixa”, de minha autoria,eu descrevo duas situações em que o aroma do café matinal se faz presente: antes e depois de um acotecimento trágico num mesma manhã, e as sensações são bem diferentes. Por isso sou contra velórios que servem café.
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Abilio,
gostei do “Cheiro de Café”
Saudações poéticas,
Ramiro Conceição
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Abilio,
Acabei de ler, Cheiro de café. E tão bom como crônicas e cheiro de cafezinho é descobrir que o outro tem a mesma percepção da vida e seus pequenos prazeres. O café acolhe, aconchega e aquece a alma. Poucas são as coisa que possuem a capacidade de nos fazer sentir tão vivos e felizes. Obrigada!
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Cheiro de café
É um cheiro vicioso
Que corrompe fumantes
De aroma saboroso
E gosto provocante
Arrogante e teimoso
Ao cuador não se prende
Passeaondo charmoso
Acha quem compra e vende
Não destingue palato
De servo ou de senhor
É um cheiro bom de fato
Sabe quem já cherou
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desde punta arenas chile patagonia recibe tudo nosso apoyo muito bonito o cafe gostamos de mais saudades
maria teresa ,gaston arias
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ABÍLIO:
Adorei a sua cronica, estava lendo e tomando um café ´´colombiano´´, espetacular. Voce tem razão, o aroma!!!
é fascinante.
ABS. SANDRA
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Prezado Professor Pacheco,
Bom dia.
Parabéns pela bonita crônica. Obrigado por escrevê-la e distribuí-la às pessoas afeitas à leitura.
Atenciosamente.
Arnaldo de Souza Ribeiro
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Já estava no trabalho quando li sua crônica e apesar de já haver desgustado em casa desta maravilha – café; imediatamente minha papila gustativa e olfativa entraram em ação. Não tive como resistir e preparei uma xícara deste “manjar” dos deuses e a manhã iniciou-se de fato.
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